Guineenses dão nota positiva ao Governo de Geraldo Martins

08/09/2023 em Política

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Guineenses dão nota positiva ao Governo de Geraldo Martins

Trinta dias passados, Martins conduz um Governo de 34 membros que já tomou, entre outras, três medidas que os observadores consideram "essenciais" para o sucesso da sua governação, nomeadamente no que toca à diminuição do preço no mercado de produtos como o arroz e combustíveis.

Em entrevista à DW África, o analista político Mariano Pina afirma que "[o primeiro-ministro] tem vindo a mostrar que é um bom quadro e um bom técnico, no que diz respeito à ação governativa". E que, para já, acrescenta, as medidas tomadas pelo Governo nestes primeiros trintas dias têm tido reflexo "na vida das populações".

Exemplo disso, continua Mariano Pina, foi o trabalho realizado com a castanha de caju. "Havia muita castanha de caju encravada no interior do país e com a abolição das barreiras não tarifárias, fez-se o escoamento em grande quantidade da castanha que estava no interior", explica.

Para além desta medida, destaca o mesmo analista, ao nível do cabaz alimentar, o Governo baixou o preço do arroz, "que é o alimento de base da população guineense", e procedeu também à diminuição do preço dos combustíveis.

O executivo, do qual são integrantes, para além dos cinco partidos da Plataforma da Aliança Inclusiva, o Partido da Renovação Social (PRS) e o Partido dos Trabalhadores Guineenses (PTG), tem, ainda assim, outros desafios pela frente, e que vão desde o início do ano letivo à estabilização do setor do ensino e à devolução da segurança aos cidadãos.

Também ouvidos pela DW, em Bissau, cidadãos guineenses dizem estar satisfeitos com as primeiras decisões do Governo de Geraldo Martins.

"Acho que é muito bom, porque vejo a mudança. Espero que se esforce mais para conseguir fazer o restante", disse um estudante, cuja opinião é partilhada por um outro cidadão, funcionário público: "Vejo que tudo está a ir num bom caminho e as coisas já estão a mudar pouco a pouco, já vimos a baixa do preço do arroz no mercado".

Avaliação "prematura"

Também o economista guineense Abdulai Djaló concorda com as medidas adotadas recentemente pelo Governo, no entanto, defende que ainda é "prematuro” fazer qualquer avaliação às mesmas.

Segundo diz, é preciso esperar 90 dias para que se vejam "os impactos a curto médio e longo prazo" - nomeadamente o impacto em termos de indicadores económicos, macroeconómicos e da sua reflexão dentro do Produto Interno Bruto (PIB). "Mas também é preciso, mais tarde, analisarmos os impactos social e político dessas medidas", acrescenta o economista.

A Guiné-Bissau é conhecida pela sua crónica instabilidade política e crises entre o Presidente da República e o primeiro-ministro, que nunca permitiram que um Governo completasse quatro anos de exercício, o previsto para uma legislatura.

Ainda assim, o analista Mariano Pina acredita que, com Geraldo Martins como chefe do executivo, tudo pode ser diferente.

"Por aquilo que vejo, Geraldo [Martins] não é uma pessoa de conflitos. É um técnico e uma pessoa que se preocupa com o trabalho".

Iancuba Dansó / DW

Por CNEWS

08/09/2023