As restrições ao acesso à internet e às redes sociais “enxertadas” no bloqueio das ondas de certas estações de rádio estão a causar protestos na Guiné-Conacri.

Este sábado, 9 de dezembro de 2023, organizações de direitos humanos, bem como coligações políticas, expressaram a sua séria preocupação com as violações das liberdades de manifestação, informação e expressão. (imagem de arquivo)

Segundo os defensores dos direitos humanos, estes ataques resultam na proibição sistemática de manifestações pacíficas, no bloqueio das ondas de certas estações de rádio privadas e na restrição do acesso às redes sociais na internet.

"Perante todas estas situações que têm graves consequências na vida quotidiana das populações guineenses, as nossas organizações manifestam todas as suas preocupações e recordam que o nosso país, a República da Guiné, é parte nos principais instrumentos jurídicos internacionais relativos aos direitos humanos que todos dedicam-se à promoção e proteção dos direitos e liberdades fundamentais dos cidadãos", recordam estas ONG de direitos humanos.

Na Guiné-Conacri, durante 17 dias as redes sociais foram restritas e só são acessíveis através de VPNs. As frequências de vários grandes meios de comunicação estão congestionadas há 10 dias.

A Aliança Nacional para a Alternância e a Democracia (ANAD) evoca uma tendência liberticida por parte da “junta”. Esta coligação acusa as autoridades de transição guineenses de terem violado a Carta de Transição e os compromissos internacionais ratificados pela Guiné.

O bloco político liderado por Cellou Dalein Diallo apela à opinião nacional e internacional sobre as graves violações dos direitos e liberdades fundamentais em curso na Guiné. Exige também a “restauração imediata e incondicional dos direitos e liberdades violados, a abertura de uma investigação independente para determinar as responsabilidades por todos os casos de assassinatos registados no âmbito do CNRD e o regresso diligente e pacífico à ordem constitucional”.

A ANAD convida os seus apoiantes, bem como todos os cidadãos guineenses, a permanecerem mobilizados enquanto aguardam as instruções que lhes serão comunicadas muito em breve.