Caso juízes: Partidos em silêncio ensurdecedor

28/07/2024 em Política

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Caso juízes: Partidos em silêncio ensurdecedor

Cerca de uma semana após as denúncias sobre o alegado desaparecimento ou mesmo rapto de três juízes do Tribunal Militar Superior da Guiné-Bissau, os principais partidos guineenses continuam em silêncio sobre o assunto.

Os juízes em causa foram autores do acórdão de 19 de julho, mas que só foi conhecido no dia 23 do mesmo mês, que ordenou a "libertação imediata" de todos os detidos acusados da alegada tentativa de golpe de Estado de 01 de fevereiro de 2022.

Os juízes consideram que essas pessoas encontram-se detidas ilegalmente, na medida em que "já tinham sido ultrapassados" todos os prazos legais da prisão preventiva.

Um dia após o documento ter sido tornado público, os três magistrados terão sido levados do Tribunal Militar Superior para uma parte incerta, denunciaram fontes familiares.

Entretanto, fontes diversas confirmaram ao Capital News que os juízes do Tribunal Militar Superior encontram-se "detidos" no Estado Maior General das Forças Armadas. Mas a instituição militar ainda não confirmou a informação.

Das reações registadas até neste momento sobre este caso, contam apenas as da Liga Guineense dos Direitos Humanos (LGDH) e da Ordem dos Advogados da Guiné-Bissau.

Da parte dos partidos políticos, não há ainda uma única reação contra aquilo que vários analistas consideram "atentado à independência do tribunal".

O Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), o Movimento para Alternância Democrática (MADEM-G15), o Partido da Renovação Social (PRS) e a Assembleia do Povo Unido-Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB) estão em silêncio.

Segundo apurou o jornal Capital News, os líderes dessas formações políticas encontram-se todos em Portugal e terão realizado uma reunião em Lisboa para analisar a situação política e social na Guiné-Bissau, com o objetivo de tomar uma posição que ainda não se sabe se será conjunta ou individual.

A ordem dos juízes para a libertação dos cerca de 40 militares e civis detidos no âmbito do caso 01 de fevereiro de 2022 não dá sinais de que será cumprida.

O Capital News tentou sem sucesso contactar os advogados dos detidos para saber o que pensam sobre a não execução da decisão judicial.

Por CNEWS

28/07/2024