O Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, anunciou este sábado (02.11), o adiamento das eleições legislativas antecipadas na Guiné-Bissau, sem, no entanto, avançar com a nova data para a ida às urnas.

No dia em que deveria iniciar a campanha eleitoral para as legislativas de 24 de novembro, o Chefe de Estado visitou as instalações da Guarda Nacional (GN), em Bissau, para fazer o já sabido e esperado anúncio.

"Quem for fazer a campanha [eleitoral] estará a fazer teatro. O Governo é que organiza as eleições e o Presidente da República só produz o decreto [de marcação da data das eleições]. Mas se o Governo já comunicou ao Presidente que não há condições, isso que dizer que não há eleições", disse aos jornalistas, antes de prosseguir.

"O decreto [presidencial] é a forma de anunciar, mas posso assegurar-vos que não há eleições. Eu não organizo as eleições, e quem as organiza já me disse que não há condições para a realização das eleições. Se as pessoas não querem a desordem, devem saber que não há eleições", disse.

Umaro Sissoco Embaló, que promete a publicação do decreto presidencial do adiamento das eleições para a proxima segunda-feira ou terça-feira, deu a entender que a culpa pela falha na data da ida urnas não é sua.

Embaló afirmou que o adiamento das eleições deve-se ao atraso no cumprimento de alguns prazos legais por parte do SupremoTribunal de Justiça (STJ), em relação à publicação da lista dos partidos e coligações que vão concorrer ao escrutínio, e por parte da Comissão Nacional de Eleições (CNE).

"Todo mundo atrasou-se [no cumprimento dos prazos], só o Presidente da República é que não se atrasou", atirou.