IBAP quer sinergias e saberes na conservação

14/12/2024 em Sociedade

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IBAP quer sinergias e saberes na conservação

A Diretora-geral do Instituto das Áreas Protegidas (IBAP) apontou como enorme desafio num contexto global complexo,  “gestão  das Áreas Protegidas e os recursos estratégicos da biodiversidade, valorizando os conhecimentos científicos e os saberes tradicionais, favorecendo a participação e as sinergias, ao nível local, nacional e internacional”.

Aissa Regalla de Barros falava esta sexta-feira, 13 de dezembro, no ato de celebração de 20 anos de do Instituto das Áreas Protegida, no qual, a responsável Sublinhou que “26,3% do (…) território nacional em conservação é um número expressivo que, por si só, já nos impõe grandes responsabilidades”.

“Devemos, por isso, estar preparados para ajustar as nossas estratégias e ações de conservação a essa nova realidade climática. É precisamente nestes tempos  que a nossa missão se torna ainda mais urgente. Nesta base,  garantir a sustentabilidade financeira das nossas atividades é uma das metas inadiáveis. A inclusão do IBAP no Orçamento Geral do Estado é um passo fundamental para garantir que nossa missão não seja interrompida. Precisamos fortalecer a Fundação BioGuiné, para que ela possa continuar a ser um dos principais pilares financeiros da nossa instituição, assegurando que possamos, no futuro, dar continuidade à nossa luta pela preservação da natureza”, disse.

Para a ambientalista “estas duas décadas foram marcadas pela implementação de dois planos estratégicos [2007 a 2011] cuja missão foi a criação das Áreas Protegidas enquanto mecanismo de gestão da biodiversidade e; - 2014 a 2020, expansão e fortalecimento das Áreas Protegidas, onde atingimos uma das maiores coberturas do mundo do estatuto de conservação de espaços nacionais, dando a Guiné-Bissau um papel relevante no cenário global da preservação”.

“(…) Está em curso a elaboração da nova estratégia do IBAP cuja visão estratégica deverá passar pela consolidação das bases da governança institucional, melhoria do conhecimento sobre o nosso património natural através do investimento na investigação científica – projetando a construção do Laboratório da Biodiversidade, consolidar o modelo participativo na gestão das Áreas Protegidas e por fim a durabilidade do processo”, revelou.

De acordo com De Barros para atingir as metas preconizados a participação e contribuição de todos serão precisos e necessários.

“O governo e as entidades nacionais, os parceiros internacionais, os colaboradores da sociedade civil e as comunidades onde intervimos. Contamos com todos sem exceção. É a dedicação e comprometimento de todos a verdadeira força que impulsiona esta instituição e que faz desta instituição uma organização nacional de referência na conservação da biodiversidade”, realçou.

Na mesma perspetiva, Regalla de Barros apontou ainda outro grande desafio que pela frente, que segundo ela passa pela  “valorização e qualificação do capital e talentos humanos”.

“ Não podemos esquecer que o IBAP é feito de pessoas. A melhoria das condições de trabalho dos nossos funcionários e a integração das novas gerações são questões centrais para o futuro da nossa instituição. Precisamos de profissionais bem preparados, com capacidade para lidar com as complexidades atuais e futuras, e também garantir uma reforma condigna para aqueles que ao longo de tantos anos contribuíram para o crescimento do IBAP. Não há IBAP sem mulheres e homens que se dedicam à conservação de espaços e patrimónios naturais da Guiné-Bissau”, adiantou.

Na sua intervenção, a Diretora-geral do IBAP assegurou que as parcerias continuam a ser fundamentais  para o sucesso.

“A nível local, nacional e global, precisamos fortalecer as alianças com instituições, governos e comunidades que compartilham da nossa visão de um mundo mais sustentável e equilibrado. Devemos, ainda, trabalhar para influenciar as políticas públicas, valorizando os saberes tradicionais e produzindo conhecimentos científicos sobre a biodiversidade que sirvam de base para decisões estratégicas”, anotou.

De acordo com a ambientalista guineense há um grande sonho coletivo [nacional], que Arquipélago dos Bijagos seja reconhecido pela UNESCO como Património Mundial da Humanidade em 2025.

“Este é um objetivo que pode tornar-se realidade graças ao esforço conjunto de todos os envolvidos, e que representa uma grande conquista para a Guiné-Bissau e para a preservação da nossa biodiversidade. Ainda nesse campo, o Governo da Guiné-Bissau através do IBAP irá submeter o dossiê da candidatura de Cacheu-Jeta-Pecixe ao Estatuto da Reserva de Biosfera, algo que contamos com o apoio de todos os atores intervenientes na região e no setor do ambiente”, insistiu.

Mamandin Indjai 

Por CNEWS

14/12/2024