A CEDEAO decidiu no domingo criar um tribunal especial para julgar os crimes cometidos na Gâmbia entre 1994 e 2017 sob o ex-ditador Yahya Jammeh, uma decisão “histórica” há muito exigida pelas vítimas destas atrocidades e pelos defensores dos direitos humanos.

Ajuda às vítimas de crimes cometidos entre 1994 e 2017 sob o antigo ditador Yahya Jammeh. Os chefes de Estado e de governo da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), reunidos no domingo, 15 de dezembro, em Abuja, "tomaram a decisão histórica de estabelecer um tribunal especial para a Gâmbia", anunciou o Ministério da Justiça da Gâmbia num comunicado. comunicado de imprensa enviado à AFP.

A Gâmbia enfrenta o desafio de fornecer justiça para a multiplicidade de crimes cometidos durante os vinte anos (1994-2017) quando Yahyal Jammeh governou com mão de ferro este pequeno país da África Ocidental, sem litoral no Senegal, com excepção da sua orla marítima. ~Até agora, os raros julgamentos de crimes cometidos pelo regime de Jammeh ocorreram longe da Gâmbia.

A decisão da CEDEAO “permite também a adoção dos estatutos do tribunal que garantirá a justiça e o estabelecimento de responsabilidades pelas graves violações dos direitos humanos cometidas entre julho de 1994 e janeiro de 2017” sob Yahya Jammeh, um refugiado na Guiné Equatorial, indica o ministério . “Este é um passo histórico que marca um passo importante para a Gâmbia, para a região e para a comunidade internacional”, sublinha o comunicado de imprensa.

Condenações por crimes contra a humanidade 

Entre os julgamentos que já ocorreram fora da Gâmbia, o ex-ministro do Interior gambiano Ousman Sonko, que era próximo de Yahya Jammeh, foi condenado em maio a vinte anos de prisão na Suíça por crimes contra a humanidade.

Em novembro de 2023, um tribunal alemão condenou Bai Lowe, 48 anos, membro gambiano de um esquadrão da morte comandado por Yahya Jammeh, à prisão perpétua, também por crimes contra a humanidade.

France24