Mali, Burkina Faso e Níger prontos para "guerra"

23/12/2024 em Internacional

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Mali, Burkina Faso e Níger prontos para "guerra"

Mali, Burkina Faso e Níger, três Estados unidos numa Confederação denominada “Aliança dos Estados do Sahel (AES)”, anunciaram numa declaração conjunta publicada este domingo, 22 de dezembro de 2024, que decidiram colocar as suas forças de defesa e segurança em alerta máximo.

O Colégio de Chefes de Estado da AES lamenta que, no seio da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), manobras desestabilizadoras sejam regularmente iniciadas por um punhado de Chefes de Estado que "impõem os seus desejos e agendas estrangeiras ao resto da organização", lê-se na declaração assinada pelo General Assimi Goita, em nome do Colégio de Chefes de Estado da Aliança dos Estados do Sahel.

Estes países que se divorciaram da CEDEAO denunciam um plano de desestabilização contra a AES, alegadamente concebido pela França em cumplicidade com certos Chefes de Estado da sub-região. Rejeitam também o plano de transição anunciado pela CEDEAO, registando definitivamente a sua saída da Organização.

Estes três países liderados por juntas militares que viraram as costas à CEDEAO desde setembro de 2023, decidem também fazer do seu espaço confederal um teatro único de operações militares, coexistindo com os actuais teatros militares nacionais.

Ao reiterar o seu compromisso de continuar com "determinação a luta do Povo da AES, pela sua verdadeira soberania e pela sua dignidade", o Colégio de Chefes de Estado da Confederação apela às populações da AES para que redobrem a sua vigilância e reportem sistematicamente quaisquer factos suspeitos às forças de segurança.

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Reiteraram também a natureza irreversível e imediata da saída dos países da AES da CEDEAO.

"Ao reiterar o carácter irreversível e imediato da saída dos países da AES da CEDEAO, na sua declaração de 14 de Dezembro de 2024, o Colégio de Chefes de Estado da AES considera, com razão, a decisão de prorrogar por 6 meses a retirada de Burkina, Mali e Níger da CEDEAO como sendo mais uma tentativa que permitiria à junta francesa e aos seus auxiliares continuar a planear e conduzir ações desestabilizadoras contra a AES.

Em vez de uma gestão concertada entre a AES e a CEDEAO dos aspectos técnicos ligados à saída com efeitos imediatos, o Colégio de Chefes de Estado foi surpreendido por esta decisão unilateral de extensão que não pode vincular os países da AES.

Por CFM/Africaguinee

Por CNEWS

23/12/2024