A Guiné-Bissau é uma terra de calor humano, onde o coração pulsa com força, mesmo entre aqueles que aqui chegaram de outras paragens. Entre as suas margens, esses estrangeiros encontraram um lar e se tornaram defensores fervorosos da sua cultura, das suas lutas e das suas vitórias. Quatro personalidades ilustram, com brilho, essa ligação de amor à Guiné-Bissau.

Jasmine Barckhausen:

A Irmã Guineense

Jasmine Barckhausen, mais conhecida como Jazz, é cidadã alemã e mestre em Pedagogia. Chegou à Guiné-Bissau há mais de 20 anos e, desde então, mergulhou profundamente na essência do país. Trabalhando no Projeto Fórum di Paz, em parceria com o Centro de Teatro do Oprimido, Jazz tornou-se uma referência na formação de ativistas da paz/ Kumpuduris di Paz. Conhece a Guiné-Bissau de lés a lés, fala crioulo fluentemente e celebra as conquistas dos guineenses como se fossem suas, ao mesmo tempo em que partilha a dor nos momentos de adversidade. Jazz é uma cidadã do mundo com alma guineense, cuja dedicação tem deixado marcas indeléveis no tecido social do país.

António Pacheco:

O Jornalista que abraçou a Guiné

António Pacheco, ou simplesmente Tio Pacheco, é um jornalista português que acumulou uma vasta experiência em meios de comunicação internacionais, incluindo a Rádio Renascença. No entanto, foi na Guiné-Bissau que ele encontrou a oportunidade de moldar gerações de comunicadores. Como formador na Rádio Sol Mansi e nas rádios comunitárias, bem como colaborador em projetos como Voz de Paz e Fórum di Paz, Pacheco contribuiu para elevar o padrão do jornalismo no país. Sua paixão pelo ensino e sua crença no potencial dos jovens guineenses fizeram dele uma figura querida e respeitada.

Fafali Koudawo:

O Militante dos valores da Paz

Vindo do Togo, Fafali Koudawo fez da Guiné-Bissau a sua casa intelectual. Como investigador sênior do INEP, ex-diretor do Voz de Paz e ex-reitor da Universidade Colinas de Boé, ele se destacou por sua integridade e firmeza de princípios. Um militante incansável pela paz, Fafali é conhecido por sua capacidade de unir diferentes vozes em torno de valores comuns. No universo intelectual guineense, ele é celebrado como um construtor de pontes, alguém que acredita no poder do diálogo para transformar a sociedade.

Padre Davide Sciocco:

N'dafa de Kambedju

Padre Davide Sciocco é um exemplo de devoção e respeito pela cultura guineense. Fluente em expressar o dialecto Balanta, ele liderou iniciativas de inclusão raras entre missionários. Uma delas foi o lançamento da primeira pedra para a construção de uma escola de ensino corânico em Mansoa, um gesto que simboliza o seu compromisso com a coexistência pacífica entre diferentes comunidades religiosas. Além disso, como promotor da criação da Rádio Sol Mansi, Padre David fortaleceu o papel da comunicação no desenvolvimento e na coesão social do país. Sua dedicação transcendeu as fronteiras da fé e se enraizou profundamente na terra guineense.

Um amor que transcende fronteiras

Esses quatro personalidades têm algo em comum: a Guiné-Bissau não é apenas o lugar onde trabalham, mas o país que eles aprenderam a amar como seu. Seja através da pedagogia, do jornalismo, da pesquisa ou da espiritualidade, eles dedicaram suas vidas a enriquecer o coração deste povo, tornando-se exemplos de que o amor por uma nação não conhece barreiras de nascimento.

Armando Mussá Sani

Mansoa, 25 - 12 - 2024