O presidente do Bloco Liberal apelou, esta terça-feira (31.12), à dissolução da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO). Faya Milimouno acusa a organização sub-regional de ter “traído” os ideais dos pais fundadores e sobretudo de ter sido "incapaz" de estar à altura dos desafios que assolam as populações do seu espaço.

Ele também critica a CEDEAO por ter se tornado uma “união de chefes de estado” ao serviço dos interesses estrangeiros, e não uma organização ao serviço do povo. É por isso que apela à sua dissolução para a criação de uma “verdadeira CEDEAO dos povos”.

“Traiu os ideais dos pais fundadores desta instituição ao tornar-se a união dos chefes de estado ao serviço dos interesses estrangeiros e não uma CEDEAO do povo. Está minado pela corrupção política, pela frouxidão e os mecanismos para fazer cumprir as suas próprias decisões carecem de rigor  ”, insistiu o político guineense.

O desrespeito pelas preocupações do povo da África Ocidental em relação à governação, ao desenvolvimento socioeconómico e aos direitos humanos prejudica a credibilidade da CEDEAO e a sua capacidade de agir como árbitro, acrescentou.

“Como resultado, estamos testemunhando uma morte cerebral na CEDEAO. O nascimento da Aliança dos Estados do Sahel (AES) é uma das consequências desta morte. Um espaço outrora promissor está agora reduzido a discursos de acusações de desestabilização e negações.

É por isso que o BL apela inequivocamente à dissolução da actual CEDEAO para dar origem a uma verdadeira CEDEAO do povo, que será governada por instituições e não por chefes de estado que apenas se preocupam com as suas cadeiras presidenciais. Exigimos uma CEDEAO da União dos Povos da África Ocidental, que tenha no coração o desenvolvimento sub-regional e a paz (…)  ”, disse ele.

CFM