O Comentador Jurídico da Capital FM considera "infelizes" as declarações do Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, em relação ao escândalo da operação financeira no Novo Banco, em Portugal, com o suposto envolvimento de um governante da Guiné-Bissau.

Esta quarta-feira, à margem da apresentação do livro sobre a vida do combatente da liberdade da pátria, Manecas dos Santos, Sissoco Embaló desvalorizou o caso e diz que tudo não passa de uma “palhaçada”, afirmando que o país não possui o montante em dinheiro referido pela imprensa de Portugal.

Mas em análise, esta quinta-feira ao programa “Ângulo Aberto”, da Capital FM, Armando Agostinho Sambú disse não compreender a "pressa" de Umaro Sissoco Embaló em desvalorizar o assunto.

"Estamos a tratar de Portugal enquanto Estado, um estado se calhar com maior responsabilidade do sentido do Estado em relação à Guiné-Bissau", começou por dizer o jurista, antes de direcionar a sua análise às declarações do Presidente da República.

"Como é que o [Umaro] Sissoco pode desvalorizar isto? baseou-se em quê para afirmar que isto é uma palhaçada?", questionou Armando Agostinho Sambú, que voltou a criticar as declarações do Chefe de Estado.

"Não é possível, enquanto representante de um país, ele pronunciar-se desse jeito. Infelizmente, Umaro Sissoco Embaló foi muito infeliz na sua comunicação, não é isso que eu esperava dele", lamento Sambú.

Segundo a imprensa portuguesa, Carlos Brandão, administrador demitido do Novo Banco, de Portugal, usava a sua mulher e o seu motorista para "lavar fortuna" desviada pelo governo da Guiné-Bissau. Eram transportadas malas com milhares de euros em dinheiro vivo para depositar em contas aberta em diferentes entidades bancárias.

Carlos Brandão, administrador e responsável pelo departamento de risco do Novo Banco, é suspeito de ter sido corrompido por pelo menos um membro do governo da Guiné-Bissau, com quem mantinha encontros secretos, para branquear na banca portuguesa fortunas desviadas do erário público daquele país africano, apurou a CNN Portugal.

Para tal, apurou a investigação da Polícia Judiciária e do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), Carlos Brandão contaria com a ajuda da mulher e do seu motorista no Novo Banco - que transportava malas com milhares de euros em dinheiro vivo para depositar em contas abertas em diferentes entidades bancárias.

Por CFM