Os estudantes guineenses na diáspora consideram “insultuosa e infantil a suspensão das emissões da Rádio e Televisão de Portugal (RDP/RTP África), na Guiné-Bissau.

Na nota publicada esta sexta-feira (14.07), o coletivo de estudantes e trabalhadores de diferentes diásporas guineenses, denominado FIRKIDJA DI PUBIS, disse que o comunicado de imprensa emitido pelo governo guineense, antes da suspensão das emissões dos dois órgãos de comunicação social, é "insultuoso e infantil".

“Depois de ter emitido um comunicado de imprensa no passado dia 09 de Julho, numa linguagem insultuosa e infantil, assinado pelo seu porta-voz, Fernando Vaz [ o governo do Umaro Sissoco Embaló] mandou suspender as emissões da RTP/RDP África na Guiné-Bissau, ontem, 13 de Julho de 2023, sem qualquer tipo de diligência oficial ou judicial que procurem explicar esse acto arbitrário inscrito no comportamento ditatorial do regime”, lê -se numa petição do coletivo.

Os eestudantes e trabalhadores de diásporas guineenses consideraram “ agressão gratuita do regime à liberdade de imprensa.

“Perante mais uma agressão gratuita do regime às liberdades de imprensa e de opinião, baseada apenas na azia dos cabeçarios da ditadura instalada na Guiné-Bissau, por não serem capazes de condicionar as linhas editoriais e veiculação de opiniões livres nesses órgãos internacionais de imprensa, com representação na Guiné-Bissau, nós, Firkidja di Pubis, coletivo de estudantes e trabalhadores de diferentes diásporas guineenses, com membros na Guiné-Bissau, vimos, através desta petição, denunciar mais um atentado às liberdades democráticas na Guiné-Bissau”, referiu.

O Coletivo exige que “o governo [ditatorial] do Umaro Sissoco Embaló suspenda a sua ordem ilegal e atentatória à liberdade de imprensa”, instando ainda “o Estado português, através do seu Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e seu Primeiro-Ministro, António Costa, a cortar todas as relações de cumplicidade que tem mantido com o regime ditatorial do Umaro Sissoco Embaló, não só porque essa aliança vai contra os tão proclamados valores democráticos de 25 de Abril, mas também porque representam a sua participação na opressão do povo da Guiné-Bissau por um dos regimes mais autoritários na atualidade africana”, finalizou o documento.

As emissões da RDP e RTP África foram cortadas na noite de quarta-feira (12.07), alegadamente por ordens expressas de um dos responsáveis do Ministério da Comunicação Social guineense, quatro dias depois do governo ter arrasado a "postura tendenciosa" dos dois órgãos de comunicação social, na cobertura jornalística da Conferência dos Chefes de Estados e de Governos da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), que se realizou recentemente na capital guineense.

Por CFM /CNEWS