O Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) negou esta quinta-feira (06.03) a participação em qualquer processo de diálogo político promovido por Umaro Sissoco Embaló, por este ser já, um "Ex-Presidente" e devido à sua recente recusa à iniciativa do género.

Em carta enviada à Diretora de Gabinete do Presidente Umaro Sissoco Embaló, em resposta à convocação do líder do PAIGC, Domingos Simões Pereira, para um diálogo político à volta da marcação da data de eleições legislativas e presidenciais no país, os "libertadores" vincaram a posição anteriormente assumida sobre o assunto.

"A Coligação PAI Terra Ranka reitera a posição assumida juntamente com a coligação API - Cabas Garandi, expressa, nomeadamente, no comunicado conjunto das duas coligações, de 3 de março de 2025, e na carta conjunta enviada à Comissão da CEDEAO, na mesma ata, de não participar em nenhum processo de diálogo com o Ex-Presidente da República, fora do quadro da mediação da CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental)", informou na missiva assinada pelo presidente do partido e da coligação, Domingos Simões Pereira.

A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental recomendou, em dezembro do ano passado, a promoção do diálogo inclusivo, para a resolução disfuncionalidade do Supremo Tribunal de Justiça (STJ) e da situação da Comissão Nacional de Eleições (CNE), com vista à realização de eleições na Guiné-Bissau.

"Infelizmente, não só o senhor Umaro Sissoco Embaló recusou esse diálogo, tendo afirmado publicamente que não falaria com nenhum partido político, como expulsou a missão da CEDEAO/ONUWAS que esteve no país para facilitar as partes a encontrar uma solução nessa matéria", recordou o PAIGC, para sustentar a recusa à convocatória de Embaló.

Umaro Sissoco Embaló convocou, separadamente, vários partidos para o diálogo político esta sexta-feira, mas espera-se, tal como fez o PAIGC, que o partido liderado por Nuno Nabiam, a Assembleia do Povo Unido-Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB), também não responda à convocatória.

Por CFM