O recente filme sobre a queda do governo português, a subsequente auscultação dos partidos políticos e a marcação de eleições demonstra, sem dúvida, o auge da maturidade democrática que Portugal alcançou nas últimas décadas. Após o 25 de Abril de 1974, o país tem demonstrado uma capacidade crescente para lidar com crises políticas e institucionais de forma civilizada, transparente e dentro dos limites da Constituição. O filme, ao retratar esses momentos de crise, reflete não só a habilidade dos atores políticos em negociar soluções, mas também a confiança da população nas instituições democráticas.

A auscultação dos partidos políticos é um passo essencial nesse processo, pois assegura que todas as vozes, incluindo as minorias, sejam ouvidas antes de qualquer decisão importante ser tomada. Este gesto reflete uma pluralidade que é essencial para a legitimidade do sistema democrático. A convocação de eleições, por sua vez, demonstra o compromisso com a vontade popular, permitindo que o povo tenha a palavra final sobre a escolha dos seus governantes.

Contudo, é necessário reconhecer que, apesar da maturidade democrática, o sistema político português enfrenta desafios. O crescente desencanto da população com a classe política e o surgimento de movimentos populistas exigem uma reflexão sobre como renovar a confiança nas instituições e garantir uma governança mais eficiente e transparente. Além disso, as constantes crises econômicas e a instabilidade social continuam a testar os limites da resiliência democrática do país.

Em suma, Portugal tem demonstrado um progresso impressionante no fortalecimento da sua democracia, mas os desafios políticos são contínuos e exigem atenção. O filme em questão serve como um lembrete da importância de preservar os valores democráticos, mesmo em tempos de crise, e da necessidade constante de renovação e adaptação ao contexto atual.

Suleimane indjai