Ontem, as paredes da escola foram testemunhas de uma realidade dura e preocupante: jovens, ainda em idade escolar, foram apanhados com drogas. Este não é apenas um fato isolado é um sinal de alerta que grita por atenção, escuta e ação.

A escola, espaço que deveria ser de aprendizagem, sonhos e futuro, está a tornar-se para alguns um refúgio de fuga e sofrimento silencioso. O consumo de drogas entre adolescentes não começa por acaso. Muitas vezes, começa em casa, na ausência de diálogo, na falta de oportunidades, no peso das frustrações ou na influência de um meio social que oferece mais atalhos do que caminhos firmes.

É urgente olharmos para esta realidade sem medo, sem julgamento, mas com coragem. Os jovens não precisam apenas de castigos ou repreensões precisam de apoio, de orientação, de escuta. Precisam de sentir que pertencem, que são vistos, que são valorizados. A droga, para muitos, é uma tentativa de preencher um vazio ou calar uma dor que ninguém quis ouvir.

Cabe à comunidade escolar, às famílias, às organizações sociais e ao Estado agir de forma conjunta. Precisamos investir em programas de prevenção, em ações educativas contínuas e em espaços de escuta ativa dentro das escolas. Precisamos de líderes escolares atentos, professores sensíveis e pais presentes.

A juventude é o espelho do nosso amanhã. Se hoje a vemos a cair, é porque o chão onde caminha está rachado. Mas cada jovem que escorrega pode também ser levantado. Ainda há tempo. Ainda há esperança.

Que este episódio não seja apenas mais uma manchete que esquecemos com o passar dos dias, mas sim um apelo à consciência coletiva. Que pais voltem a conversar com seus filhos, que escolas se tornem verdadeiros refúgios de afeto e orientação, que os líderes comunitários se comprometam com ações concretas.

Cuidar da juventude é cuidar do futuro. E o futuro começa agora, com pequenas atitudes, com presença, com amor e firmeza. Que em vez de drogas, os nossos jovens escolhem sonhos. E que não caminhem sozinhos mas acompanhados por uma sociedade orientadora.

Enfim, devemos perceber que, o futuro depende da nossa escolha, tudo o que fizemos hoje enquanto filhos amanhã seremos pais e encarados também, que exemplo vamos poder dar à eles ?

O que está a acontecer com os nossos jovens? Onde estamos a falhar como sociedade?

Por: Joaninha Silá Delgado Pinto

Activista e Estudante da ESE