WANEP alerta para  “uma guerra civil legal”

28/04/2025 em Sociedade

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WANEP alerta para  “uma guerra civil legal”

A Rede Oeste Africana para Edificação de Paz (WANEP-GB) descreveu “uma guerra civil legal”, que segundo a organização permite “ a eliminação física não só dos adversários políticos, mas também de categorias inteiras de cidadãos que, por qualquer razão, parecem não integráveis ao sistema político”.

Na sua mensagem quinzenal sobre a situação sociopolítica do país, tornada pública pela coordenadora da organização sub-regional esta segunda-feira, 28 de abril,Denise dos Santos Indique não poupou crítica as organizações da sociedade que disse “ mudar dos objetivos”, alegadamente pela conjuntura que se vive atualmente na Guiné -Bissau.

A ativista sublinhou na sua comunicação de que “sob o pretexto de proteger o povo, o estado de exceção acabou por se tornar regra, ou seja, uma prática estratégica duradoura do governo que se transformou em uma exceção permanente”.

“Na Guiné-Bissau, vive-se uma nova era de política, chamada política de confronto, em que a sociedade civil é constantemente mobilizada, incitada, e provocada a embates permanentes como se desse processo viesse a surgir uma nova politica, diferente da antiga, a do diálogo e de persuasão”, descreveu Dos Santos Indique.

 De acordo com Denise dos Santos Indique “para alguns políticos, a democracia soa um pouco chato. Ela é o poder do povo, para o povo e, todos os cidadãos possuem o mesmo estatuto e têm garantido o direito à participação política”.

 “ E o papel da sociedade civil é exactamente criar um espaço para a liberdade de expressão e de opiniões, fazer denúncias de interesse público e criar condições para a participação cidadã em decisões políticas”, disse.

A ativista guineense sustenta que “a sociedade civil é a cara da democracia, e da liberdade de expressão. Ela contribui para a qualidade da democracia, ao fortalecer a participação cidadã, defender direitos humanos e garantir o bom funcionamento das instituições”, tendo ainda destacado que “o maior desafio da sociedade civil guineense para a preservação da democracia não é a eliminação da miséria, da ignorância ou até mesmo da imobilidade cívica do povo, mas um mal tão insidioso e letal quanto um cancro maligno a hipertrofia estatal”.

Dos Santos Indique apontou na mesma comunicação de que “os piores inimigos da democracia são os próprios agentes do Estado calcando aos pés a vontade popular e impondo um desejo etéreo e incorpóreo, cuja autoria se perde nos escaninhos burocráticos”.

“O nosso e o vosso inimigo está no poder, e está com o poder. E num pais frágil como a Guiné-Bissau a cooperação entre o Estado e a Sociedade civil é essencial para reforçar instituições, promover a paz e a segurança, com vista a contribuir para um desenvolvimento sustentável e inclusivo”, concluiu a ativista guineense.

Por CNEWS

28/04/2025