Movimentos apelam a mobilização contra deriva autoritária

27/05/2025 em Direitos Humanos

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Movimentos apelam a mobilização contra deriva autoritária

Os  movimentos de cidadãos, ativistas e militantes pró-democracia da África Ocidental denunciam “ataques e restrições às liberdades têm por objetivo silenciar as vozes críticas que denunciam a destruição progressiva das instituições democráticas no país”.

A denúncia dos movimentos cívicos consta no comunicado à Imprensa tornado público esta terça-feira, 27 de maio, para reagir a detenção dos ativistas guineenses detidos no último domingo, no âmbito da manifestação pacífica reprimida pela força de ordem

“Isto acontece também num contexto em que a democracia está a ser impedida neste país. Nós, movimentos de cidadãos e activistas, apelamos a União Africana bem como a opinião pública africana e internacional a mobilizar-se contra a deriva autoritária na Guiné-Bissau”, lê -se

Os signitaros do comunicado lembram que “os manifestantes protestavam, em particular, contra a proibição das actividades políticas e cívicas no espaço público, imposta pelo Governo de Iniciativa Presidencial de Umaro Sissoco Embaló”, ressaltado algumas semanas antes, o Presidente Embaló tinha qualificado estas organizações de "ilegais" e acusado os seus dirigentes de quererem « semear a instabilidade ”, tendo prometido  "resposta adequada" a qualquer tentativa de mobilização. E por outro lado, o  Governo, através do Ministério do Interior, tinha declarado que não tinha recebido qualquer notificação oficial da manifestação.

“ Note-se que um dos activistas detidos, Etiandro da Costa, de dupla nacionalidade (guineense e portuguesa), sofre de uma doença crónica.doença crónica, encontra-se hospitalizado na sequência de agressões e espancamentos, práticas bem conhecidas do regime. Denunciamos com a maior veemência este ato de repressão e responsabilizamos o regime de Umaro Sissoco Embaló por todas as consequências desta violência injustificada”, anotaram.

Os movimentos de cidadãos, ativistas e militantes pró-democracia da África Ocidental lembram ainda que “esta mobilização decorre num clima político tenso, marcado por crescentes de restrições  às liberdades”.

 “Em abril, o presidente da Liga Guineense dos Direitos do Homem (LGDH), Bubacar Turé, pagou o preço. No sábado, 12 de abril, a sua residência foi Bubacar Turé foi invadida por um grupo de seis agentes das forças de segurança. A busca foi efectuada incluindo as casas de banho, mergulhando a família, em particular as crianças crianças, num profundo estado de pânico. O seu crime foi o de ter renunciado a graves violações no sistema nacional de saúde, envolvendo mortes suspeitas de doentes no Hospital Nacional Simão Mendes”, descreveram.

De acordo com os movimentos cívicos “ o mandato do Presidente Embaló terminou a 27 de fevereiro de 2025, sem que estivessem reunidas as condições optimais para a organização de eleições presidenciais e legislativas no país”. Por conseguinte, a visita do Presidente Bassirou Diomaye Faye tem lugar num contexto de confinamento da democracia no país

“Este quadro sombrio não pode ser ignorado e recordamos ao Presidente Diomaye os seus compromissos e responsabilidades de de trabalhar pela democracia para além das fronteiras do Senegal e assim, responder às profundas aspirações do povo africano”, lê -se ainda no Comunicado, na qual os movimentos signitarios reafirmam “ a  solidariedade e o nosso apoio incondicional aos activistas pró-democracia da Guiné-Bissau”.

Por CNEWS

27/05/2025