Oposição denuncia  tentativas externas  de legitimação poder ilegítimo

28/05/2025 em Política

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Oposição denuncia  tentativas externas  de legitimação poder ilegítimo

As coligações políticas PAI-TERRA e Aliança Patriótica Inclusiva Cabas Garandi denunciaram  a tentativa de legitimação de poder ilegítimo, considerando inoportuna a visita do Bassirou Diomaye Faye ao país, situação que as plataformas dos partidos políticos contestatários ao regime consideram “um  gesto de total desprezo pela situação de ilegalidade e ilegitimidade de quem o convida, constitui uma afronta à ordem constitucional da Guiné-Bissau e uma lamentável tentativa de normalização de um poder de facto, instalado à margem das leis e das normas democráticas”.

Na comunicação a nação feita esta quarta-feira, 28 de maio, dia em que a CEDEAO completa cinquenta anos, as coligações políticas na oposição criticaram a postura da organização regional  e questionam da clareza da sua missão à normalização da crise guineense.

“A missão do Presidente da Comissão da CEDEAO, ao limitar-se à constatação dos factos, sem exigir com clareza a normalização das instituições, o respeito pelas liberdades fundamentais dos cidadãos e a criação de condições objetivas para a realização de eleições livres, justas e transparentes, revela uma preocupante passividade que mina a confiança do povo guineense nos mecanismos regionais de garantia democrática. A sua visita à sede da Assembleia Nacional Popular, nas atuais circunstâncias, configura um gesto que pode ser interpretado como reconhecimento tácito de uma figura presidencial em exercício, apesar da sua instalação inconstitucional e ilegal”, lê -se.

Neste sentido a oposição manifesta a sua  “estranheza e inquietação perante o total silêncio do Presidente da Comissão da CEDEAO quanto ao relatório da missão de alto nível enviada ao país em fevereiro de 2025 e que foi expulso do país” pelo  presidente Sissoco Embaló, lamentado ainda “a ausência de qualquer referência a esse relatório, no atual contexto”, facto que segundo as Coligações “levanta sérias dúvidas sobre o compromisso com a transparência e com os valores fundadores da CEDEAO”.

A crítica das coligações políticas PAI-TERRA RANKA e Aliança Patriótica Inclusiva foi extensiva a União Africana, maior organização da África, por este ter excluído a oposição na sua consulta no âmbito da preparação das eleições legislativas e Presidenciais.

“A missão da União Africana, anunciada como de apoio à preparação das eleições gerais, falha gravemente ao não se reunir com as forças políticas que o regime tenta excluir do debate nacional, mesmo sendo essas forças largamente maioritária na Assembleia Nacional Popular resultante das últimas eleições legislativas. Tal comportamento põe em causa o princípio da imparcialidade e compromete a credibilidade do apoio oferecido”, descreveram.

As Coligações políticas reafirmam na Comunicação à Nação “o seu compromisso inabalável com os valores da liberdade, da justiça, da legalidade constitucional e da soberania popular’, exigem no entanto, “o respeito integral pela vontade do povo guineense, tal como expressa nas urnas, e a reposição da ordem democrática”.

À Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) e à União Africana, a Coligação PAI-TERRA RANKA e Aliança Patriótica Inclusiva apela posicionamento com “firmeza e coerência, em defesa da legalidade, da justiça e da paz duradoura na Guiné-Bissau”.

Por CNEWS

28/05/2025